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sábado, 18 de abril de 2009

AminhaADMIRÁVELtravessia

ACABOU a Via Algarviana foram quatro dias de pleno gozo.

Tudo começou na Terça-feira depois do almoço com a saída de LISBOA sentido a Alcoutim.
Instalados na pousada da Juventude, fomos jantar e bem cedo, estávamos prontos para dormirmos porque a saída para a primeira etapa era bem cedo.


ALCOUTIM-CACHOPO

Dia D, a euforia estava instalada nos rostos de cada um e depois da primeira foto junto a placa da Via Algarviana arrancamos atentos a tudo o que nos rodeava.

Os primeiros quilómetros foram bem rolantes, com uma paisagem serrana bem bonita mas com pouca sombra o que fez que cada hora que passasse e com a temperatura a subir (28º) as dificuldades aparecessem.

Os riachos, iam aparecendo o que dava para molhar os pezinhos, até que perto dos trinta quilómetros a primeira dificuldade, depois de fazermos uma passagem na ribeira da Foupana a pé porque as pedras eram bastante grandes e não era ciclável mas,quando deu para pedalar foi então que começamos a subir com um pendente de 9% a sorte era que o Nuno estava no fim da subida para o primeiro abastecimento.

Já tínhamos deixado para trás Cortes Pereira,Cotes de Seda e São Tomé e já estávamos com um furo na bike do Jorge mas, ritmo era bom, as paisagens deslumbravam e as passagem nas aldeias mostravam o isolamento desta gente sempre simpática.

Vaqueiros a última localidade que iríamos estar com o Nuno Ferreira e mal sabíamos o que estava para vir, faltava catorze quilómetros e doze eram a subir com um pendente médio de 14% o que fez 400mts de acumulado nesse dia.

A minha chegada as Casas Baixas em Cachopo foi de alivio por ter terminado o primeiro dia mas, completamente exausto e algo apreensivo pelos dias a seguir.

O jantar foi divinal feito no restaurante "CHARRUA" com javali e veado e acompanhamento de salada e batata frita e muita JOLA "alguém disse que a cevada fazia bem" e pimba era umas atrás de outras.

74kms com 2057mts acumulado em 7h30m.


CACHOUPO-MESSINES
A noite, tinha sido boa para alguns mas para outros, bem madrasta e que não consegue descansar bem nestas andanças a factura fica bem alta e para mim foi assim.

Os primeiros metros de pois das Casas Baixas (onde dormimos) deu para ver a diferença de paisagem, mais verde e com mais sobra o que dava para não sentir tanto os 25 graus de temperatura.

AH!... pois, mas tudo mudou depois de Cachoupo, a entrada na maior cordilheira algarvia onde o castanho da terra e o dourado dos eucaliptos engrandecia os imensos vales, as subidas, ESSAS eram uma atrás das outras longas e depois de cada curva quando parecia melhorar só piorava e quando descíamos um ou dois quilómetros subíamos sempre o dobro. FORAM 19KMS A SUBIR DOS PRIMEIROS 24KMS.

Parizes foi o limite das subida,o alivio para muitos de nós e o começo de um almoço de categoria o que veio dar-me mais alento para continuar mesmo sabendo que o resto ia ser um pouco mais rolante.

Há muito que ouvia histórias da serra do Caldeirão e depois de ter passado por lá, confesso que talves nem o próprio diabinho ia fazer btt, tal é o sofrimento para poder ultrapassar aquela barreira.
Os próximos quilómetros foram no topo da serra num constante sobe e desce mas ligeiro, com uma paisagem deslumbrante o que fazia por momento esquecer o que tinha passado no inicio da etapa. Cruzamos com alguns pedestres nesta zona também a fazer parte da via Algarviana, e depois de algum contacto do Jorge com os pedestres descemos três quilómetros em grande velocidade tal era a inclinação e claro com o piso bastante bom. Um pouco mais a frente o segundo furo do dia e para o Jorge.

Depois de Barranco velho com mais um encontro com o pedrAmobil para abastecimento fomos para Salir a presentear-nos com um magnifico single no meio de muros e com o piso de pedra.
A entrada em messines foi em pleno com rectas e sempre no máximo, estava feita mais uma etapa e desta vez sentia-me melhor, moído mas não tão cansado como no dia anterior.
Dormimos na casa do povo com boas instalações e com uma noite bem dormida.

fizemos 91km em 10h29m com 2400 de acumulado.
Messines-Marmelete

Cada vez o levantar custava mais, e o arranque era mais tarde e foi este pormenor que fez alterar parte desta etapa.
Todos nós sabíamos que iria ser os piores quilómetros a fazer desta travessia, saímos já eram 10h30m e fomos de seguida para a Este, a Serra de Espinhaço de Cão, surge como uma cadeia de pequenos cerros onde os medronheiros e mais para o fim os eucaliptos aparecem tornando a paisagem ainda mais bonita, foi aqui que vi em maior quantidade perdizes alguns pombos e muitos coelhos. Quanto a dureza, posso dizer que foi desesperante os vales cavados a fazerem um autentico carrocel com pequenas inclinações mas íngremes mas, consegui chegar ao fim de mais uma barreira, e lembro logo a seguir estar a contemplar um vale verde cheio de flores o que dava mais alegria a dureza anterior.
Nesta etapa o grupo ia-se afastando até porque o andamento dos elementos não estava no mesmo patamar e claro no meu caso tive que reduzir muito o meu andamento para poder acabar nas melhores condições.

Faltava o pior, subir à picota e Monchique e para isso faltava trepar 1200 de acumulado, mas vamos por partes.

Foi na ribeira de Odelouca que atravessamos a fronteira da Serra de Epinhasco de cão para a Serra de Monchique mas, antes tínhamos mais um magnifico almoço dado pelo Nuno, e confesso que foi sempre estas paragens que me dera força para continuar. Começamos então a subida por meio de um vale com as antenas de Monchique a chamarem pelo pessoal, subimos subimos e subimos.... até que, derrepente não sei de onde três dos quatro pedras foram atacados por abelhas e picados sem dó e piedade ficando com marcas, principalmente na cabeça (eu um km depois ainda andava a tirar abelhas dentro da luva da mão direita).
Foi então que saímos do trilho para subir os últimos 550mts em estrada com um pendente médio de 18% sofri.............mas cheguei à Picota por um trilho que vai ficar na memoria pela sua beleza e derrepente, pimba o trilho acaba e começa a subida à picota com a bike às costa e a ultrapassar pedras e mais pedras até a vigia. Chamei tudo e mais alguma coisa(a quem fez o track) pelas pedras pelo frio e pelo vento o choque térmico foi brutal com os 9 graus e ainda mais ter que descer da mesma maneira pelo outro lado da encosta.

Quando eu e Punk conseguimos encontrar o trilho, demos inicio à descida, foi completa desbunda pelos singles pela vegetação e a própria dificuldade técnica para os ultrapassar, parecia um puto a gritar na descida tal foi o gozo e agora confesso vale a pena ir até a PICOTA para fazer esta descida. Ok!...peço desculpa por todos os nomes que chamei.

Chegados a Monchique estava o pessoal junto ao PedrAmobil a conferenciar se devíamos continuar ou não a subida à Foia porque iríamos chegar a Marmelete já noite.
Ficou então decidido no dia seguinte começar de Monchique a última etapa e não de Marmeleta.
Fomos de carro até Marmelete para jantar e dormir.
Este dia foi desesperante para o Jorge com quatro furos e dois para mim, e já vamos no total com 8

Fizemos 62,72km em 7h57m com 2200 de acumulado.

MONCHIQUE-CABO DE SÃO VICENTE



Dormimos na casa do povo em Marmelete e a noite foi relativamente bem dormida, deu para ouvir a chuva e os trovões do gajo ao lado (ehheheh).
Começamos acordar aos poucos mas, quase com a missão comprida e de inicio nem me passava pela cabeça começar a etapa em Monchique, esperava por eles em Marmelete. Até que o Punk com uma simples frase "se subiste ontem 800mt em poucos kms hoje o que custa fazer 500mt", deu-me a volta e lá fui eu para começar a trepar. Logo nos primeiros metros e sempre a subir deu para sentir o que ia doer, passamos pelas ruas da Vila até entramos no primeiro trilho feito meio a pé meio a pedalar.
Começa a chover e bem o piso fica escorregadio e pesado , o frio instala-se cada metro que trepamos e o nevoeiro faz de cortina para aquilo que ainda tínhamos que trepar. A paisagem que nos rodeia é gigantesca com mistura do cinzento das rochas e o verde dos campos, Animo um pouco quando olho para o GPS e vejo que falta 50mt para o topo e sinto satisfeito por estar lá, CONSEGUI!..mas, depois de espreitar as antenas na FOIA só queria sair de lá, estava completamente gelado não sentia parte do meu corpo com a roupa completamente molhada arrancamos sem olhar para trás e descemos 100mts e quando pensava que ainda descíamos mais fizemos muitos quilómetros na cota dos 700mt desesperei, tremia como varas verdes não via o fim daquilo. Lembro que depois de uma subidinha, já tudo custava subir quando apareceu uma descida com umas eólicas no cenário e as coisas começaram a melhorar até Marmelete.
A saída de Marmelete foi com a sensação de Missão cumprida em relação à etapa anterior e o inicio da descida mais longa desta travessia. E se descemos, caramba!, até dava para ficar cansado de tanto descer mas em grande curtição.
Acabamos numa zona bem rolante a caminho de Bensafrim e digo que esta parte foi a que menos gostei pela paisagem.
Bensafrim, almoço sinonimo de barriga cheia e baterias carregadas para seguir viagem para Barão de São João, sempre em rectas e no meio de quintas. Na saída de Barão veio a última dificuldade da etapa umas subidinhas para entramos em estradões pela Raposeira,Monte tolo que fazem parte de um parque eólicas. Lembro que disse alguém que se chegasse a Vila do Bispo já nada podia tirar esta travessia.
Chegada a Vila do Bispo o PedrAmobil esperava por nós na estrada, aproveitei para beber água e arrancamos, faltava 10 quilómetros o animação vai instalando-se aos pouco pelo grupo e o ritmo aumenta mesmo com o forte vento a fazer frente as poucas forças que restava.
O último quilómetros foi uma mistura de alegria de conseguir acabar esta travessia em ir para casa com saudades mas, ao mesmo tempo acabar quatro dias de grande BTT com um grupo espectacular sempre bem dispostos e garantidamente com a amizade reforçada. A TODOS MUITO OBRIGADO PELA COMPANHIA E POR ME TEREM ATURADO O MEU MAU FEITIO NAS SUBIDAS.
OBRIGADO! Jorge por ser o mentor desta travessia e o reboque mental do grupo, Fernando o Líder do Grupo e companheiro de grande parte da travessia, Punk o homem que só fala o essencial Obrigado pelo espírito de grupo a ajuda mental nas subida à Picota e a Foia , Leonix o que menos conhecia mas apareceu com muito boa disposição e com grande espírito de grupo e finalmente para mim o homem mais importante desta travessia Nuno Ferreira sempre a querer resolver os problemas de logística, gabo a paciência de fazer quilómetros de carro e as esperas em cada ponto de encontro.
Fizemos 100.01kms em 7h20m com 1900 acumulado

Cena dos próximos capítulos AS FOTOS.
mas já podem ver 150 fotos na pagina http://pedramarela.no.sapo.pt/














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